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20 mar

EUA, Nova Zelândia, Austrália, Holanda e Suécia estão entre os países que estão de olho no profissional de TI brasileiro

Empresa especializada em recrutamento de TI revela que perfil brasileiro agrada pela flexibilidade e fácil relacionamento

75%. Esse é o número que representa a parcela dos mais de 20 mil candidatos registrados na base de dados da Icon Talent, empresa especializada em recrutamento de profissionais de tecnologia, que estão dispostos a abandonar o mercado brasileiro para ganhar em dólar. O número, significativo, mostra a realidade de um dos setores mais aquecidos atualmente: o de tecnologia. São mais de 15 mil profissionais que veem na figura do nômade digital um sonho de carreira e de alçar voos mais altos. “Com a pandemia, a digitalização e a institucionalização do trabalho remoto, profissionais com mais experiência e que possuem conhecimento de outros idiomas passaram a ser desejados por empresas internacionais, o que criou um processo de êxodo em massa já nos primeiros meses da pandemia. Hoje, pouquíssimas empresas no Brasil conseguem competir com ofertas de trabalho remoto em outra moeda”, conta Christina Curcio, uma das sócias da Icon Talent e que revela ter uma média de 30 entrevistas por vaga de empresas internacionais, que oferecem salários que vão de USD 3.000 a USD 8.000.

São vários os países que estão de olho nesse profissional, e as vagas são as mais variadas possíveis. Historicamente, a Icon revela que EUA e Nova Zelândia, por exemplo, vêm contratando bastante desenvolvedores, analistas de testes, UX e UI e engenheiro de dados, enquanto europeus como Suécia, Holanda e Austrália têm buscado com mais frequência profissionais que atuam na área de infraestrutura e Cloud. “Muitas dessas empresas nos relatam que têm preferência de contratação por brasileiros não só pelo país ser referência na atuação profissional, mas também porque os brasileiros são mais flexíveis com cultura e costumes e são de mais fácil relacionamento”, comenta Christina.

E essa busca por um emprego fora do Brasil só reforça o problema da contratação de profissionais de TI. Estudo divulgado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom)  em 2021 apontou que a demanda brasileira por profissionais nas áreas de software, serviços de TIC e TI In-House – que considera outros setores não identificados como tipicamente de TI – deverá alcançar 797 mil vagas em cinco anos (de 2021 a 2025), impulsionada por um investimento estimado em R$ 413,5 bilhões em tecnologias de transformação digital – especialmente em nuvem, internet das coisas e big data/analytics. Com esse cenário de migração de profissionais para fora do país, a realidade tende a ser ainda mais complicada. “Cada vez mais vai ser preciso assertividade na hora não só de contratar, mas também na hora de criar a vaga, de estudar as possibilidades, de abrir um processo de hunting, e toda a cadeia de contratação de um profissional de TI. É mais um desafio para o mercado brasileiro, que tem vaga sobrando para esse setor”, reforça ela.

Tem vaga, mas o idioma ainda é um entrave

Apesar da abertura de mercado para contratar profissionais de maneira remota ou presencial em outros países, um entrave ainda é realidade:  o idioma. “Uma média de metade dos candidatos que colocam no currículo fluência em inglês são reprovados em testes de conversação, o que mostra que os profissionais ainda precisam investir nas suas qualificações profissionais. Muitas pessoas acabam deixando isso de lado e, pra quem busca uma vaga fora do país, isso é decisivo”, alerta Christina.

Mas, além do inglês, é preciso também estar atento às necessidades das empresas internacionais. Afinal, muitas coisas são divergentes, como é o caso do modelo de currículo fornecido pelo profissional brasileiro. “Os modelos internacionais exigem um detalhamento que aqui no Brasil não é comum, por isso, é preciso conhecer bem os processos e, ao elaborar um currículo, descrever bem projetos, competências, desafios profissionais, por exemplo. Apesar de as vagas estarem disponíveis, é preciso ter todas as competências para preenche-las”, finaliza Christina.

Sobre a Icon Talent

A Icon Talent é uma empresa especializada em processos de recrutamento e seleção de profissionais de TI. A empresa é liderada pelas sócias Christina Curcio e Janaina Lima, profissionais do ramo de TI que, após atuarem por mais de 25 anos como gestoras na área de tecnologia em grandes empresas como Nissan, American Axle, Grupo Positivo, Volvo, entre outras, perceberam que existia um gap na hora de contratar profissionais especializados. Afinal, hoje, com o crescimento das tecnologias e a expansão do mercado de trabalho, recrutar profissionais de TI qualificados exige, além de lidar com o déficit de profissionais, entender as complexidades, especificidades, atribuições das vagas, cargos, perfil profissional e diversas outras características que somente um profissional de TI tem. Neste cenário de um RH altamente qualificado, a Icon Talent soma hoje mais de 300, clientes, entre multinacionais, empresas nacionais de médio e grande porte do Brasil e do mundo. Ainda, em 2022 a empresa aumentou seu ticket médio em 30%, o que mostra que o mercado está em sintonia com a proposta da empresa. No total, são em média 200 vagas por ano e atualmente, mais de 20 mil perfis formam sua base de talentos.

Foto: freepik